Operações logísticas requerem cuidados especiais
Considerando o fato de os alimentos e bebidas serem produtos perecíveis e frágeis, além de, em alguns casos, sazonais, vários cuidados são requeridos, tanto nas operações logísticas que os envolvem, como na infraestrutura necessária para o seu transporte e armazenagem.
Quando se consulta as tabelas a seguir, destacando as transportadoras e os Operadores Logísticos que atuam na área de Alimentos & Bebidas, pode-se inferir que, pela quantidade de empresas, não são necessárias atribuições especiais – em termos de equipamentos, instalações e operações.
Ledo engano. Acompanhe a seguir o que algumas empresas que atuam no setor têm a dizer sobre as melhorias que foram obrigadas a fazer nas suas instalações e operações logísticas para atender a estes segmentos.
Mariana Werneck, diretora da AGM Logística (Fone: 21 3043.0523), diz que, a partir de julho de 2008, a unidade Pavuna desenvolveu uma área climatizada (18º) especialmente para o armazenamento de vinhos e alimentos perecíveis, passando a atender clientes como Reloco, Vitis Vinifera, Vino e SimpTrade.
"Também fizemos adequações de áreas multitemperatura e criamos sistemas de informação integrados, além de promover melhoria contínua nos processos operacionais e acompanhamento de sistemática de gestão que garante o tratamento adequado das não-conformidades", relata Jalaertem de Souza Campos Junior, diretor de Unidade de Negócios de Bens de Consumo e Varejo da AGV Logística (Fone: 19 3876.9000).
Já Márcio Luiz Neves Rodrigues, coordenador de distribuição da Transportadora Binotto (Fone: 49 3221.1852), diz que a empresa teve de se adaptar à agilidade que esse mercado exige, tanto em inovações de equipamentos, como capacitação, recrutamento e seleção de pessoal. Paulo Tigevisk, gerente de marketing e vendas da Brasilmaxi Logística (Fone: 11 2889.6100), revela que os principais investimentos feitos pela empresa para atender a estes segmentos foram: troca dos sistemas de gestão logística (WMS e TMS), outras melhorias em TI (aquisição de servidores e ampliação de links), treinamento de funcionários, certificações específicas e aquisição de equipamentos (empilhadeiras e paleteiras).
No caso da Cooperativa dos Transportadores do Vale – Cootravale (Fone: 47 3404.7000), o principal investimento tem sido na frota, "já que precisamos, principalmente no transporte de resfriados e congelados, de equipamentos de refrigeração sempre novos e com uma manutenção em dia. Além disso, o monitoramento da temperatura em tempo real era uma tendência que já está se tornando exigência de todos os clientes. No Brasil o capital humano ainda é difícil de se conseguir, e a Cootravale tem investido pesado na conscientização do motorista em torno da perecibilidade da carga e dos cuidados especiais que temos de tomar", diz o presidente da Cooperativa, Vilmar José Rui.
Alessandro Panzan, executivo de logística da Expresso Jundiaí Logística e Transporte (Fone: 11 2152.6000), relaciona os investimentos da sua empresa: em tracking on-line dos pedidos, instalação de WMS para gestão de estoques, desenvolvimento de KPI´s específicos para o segmento e adequação de infraestrutura operacional, enquanto que Eduardo Francisco Ennis, diretor da Hipercon Terminais de Cargas (Fone: 13 3228.4100), diz que, para atuar nestes segmentos, foi construído um Centro de Distribuição.
A Log Frio Logística (Fone: 11 2175.7100) também está investindo – são R$ 12.000.000,00 – em um novo centro de distribuição para alimentos perecíveis.
E também, conforme conta Oscar Cesar Bevilacqua, gerente geral da empresa, na renovação de parte da frota própria de 106 caminhões (troca de 40 veículos) – um investimento de aproximadamente R$ 2.000.000,00 –, além de aplicar R$ 300.000,00 em TI.
"Também estamos fazendo aquisições, construções e ampliações de CDs, além de investimentos em equipamentos de última geração para armazenagem, softwares, empilhadeiras etc. e no aumento da frota para entregas/distribuição", conta André Ferreira, diretor de novos negócios e marketing do Rápido 900 de Transportes Rodoviários (Fone: 2632.0900), mostrando decisões parecidas com as da Log Frio.
"Basicamente, intensificamos as nossas operações de armazenagem e distribuição no Brasil, a partir da ampliação e paletização do nosso CD de 10.000 m2, situado no km 18 da rodovia Anhanguera (Osasco, SP). Também estamos em fase de pré-implantação da certificação ISO e de criação de uma política de responsabilidade social", conta Nilson Santos, diretor de operações para Brasil e Mercosul da TGA Logística (Fone: 11 3464.8181).
Na Transportadora Lagoinha – Translag (Fone: 62 3545.6333), além da ampliação de CDs, as melhorias também incluíram investimento em frota com capacidade maior de carga, novas tecnologias, implantação da SASSMAQ – Sistema de Avaliação em Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade e ISO 9001, investimento em portapaletes e amplo local para armazenagem sazonal de cargas. Quem informa é Rodrigo Ivo Pereira Duarte, gerente comercial GO/DF da empresa.
Ao longo dos últimos anos, a ID Logistics (Fone: 11 3809.3400) vem implementando e desenvolvendo diversas soluções nas operações logísticas que envolvem alimentos e bebidas, como, por exemplo, na utilização de ferramentas de gestão de Supply Chain via web, Kanban eletrônico, coletores de dados e voice picking.
"Na estrutura logística para armazenagem – diz Rodrigo Bacelar, gerente de desenvolvimento comercial e marketing da empresa – ampliamos a utilização de flow racks e drive-in, o que resultou em uma melhora nos espaços de armazenagem em nossos centros de distribuição. Para melhorar o armazenamento dos produtos, destacamos a associação cada vez mais dinâmica entre o produto e suas características com a estrutura de armazenagem adequada, como os já citados flow racks e drive-in, e também drive THIV, portapaletes e estanterias, tendo como principal resultado o aumento da capacidade de armazenagem e ganho de produtividade."
Já no caso da Krüger Conventos (Fone: 51 3021.2500), como conta Celso Damasceno, diretor comercial da empresa, foram várias as melhorias realizadas: redefinição da malha de distribuição, proporcionando maior frequência de entrega; desenvolvimento de frota e acessórios customizados para o atendimento (por exemplo, divisórias removíveis para consolidação de cargas climatizadas/secas); instalação de equipamentos de rastreamento na frota própria/agregada; estrutura de BackOffice para serviços de agendamento de entregas/intermediação com Cal Center dos embarcadores; implementação de Kpi´s alinhados com a necessidade de avaliação dos níveis de serviços pelos clientes; desenvolvimento/disponibilização de site para os embarcadores monitorarem o status de suas cargas; adaptação do sistema de rastreamento dos veículos para atualização on-line do status da entrega (por exemplo, confirmação de entrega/registro de ocorrências); implementação de EDI com todos os grandes embarcadores; desenvolvimento/implementação de WMS.
"Quando se trata do setor alimentício, a empresa deve estar sempre se aperfeiçoando e fazendo um trabalho preventivo com relação às mercadorias que irá receber. As melhorias variam conforme a exigência do produto, cada alimento tem suas próprias características e exigências e nós temos que seguir a risca para que o mesmo chegue ao consumidor final em perfeito estado. É necessário ter uma pessoa da qualidade de cada produto no local para acompanhar todo o percurso da mercadoria."
A análise é de Carla Jorge Butori, gerente de marketing da Santa Rita Logistic (Fone: 11 4141.7000). Neste sentido, ela ressalta que as melhorias devem ser feitas como ações preventivas, estando relacionadas à limpeza do local, temperatura, inspeções na descarga e muito cuidado na manipulação dos mesmos. "Para ter um serviço de qualidade é preciso, antes de qualquer coisa, ter um ambiente sempre limpo e higienizado. A temperatura deve estar sempre dentro dos parâmetros exigidos pelo produto, é necessário ter um local arejado e bem iluminado. A maior preocupação é com o prazo de validade do produto, temos que ter muito cuidado com relação a vencimentos. O alimento deve estar no gerenciamento FIFO. Os relatórios analíticos devem ser emitidos diariamente para controle de estoque e validade dos mesmos. É necessário ter um bom parceiro no controle de pragas e fazer um trabalho altamente preventivo em relação a esse aspecto, além de fazer uma inspeção na carga e descarga de cada mercadoria. Os funcionários devem ser treinados na manipulação das mercadorias, conforme instruções do cliente, cada produto tem a sua singularidade. Para estar apta é necessário seguir as normas e exigências da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e SIVISA – Centro de Vigilância Sanitária e ter todas as aprovações dos órgãos competentes", completa Carla.
Quem também faz uma análise detalhada destes dois setores é Ângelo Dias, diretor de logística da Santos Brasil Logística (Fone: 11 4393.4900). Segundo ele, para atender ao segmento de alimentos e bebidas são necessárias diversas ações para garantir a preservação de armazenagem dos produtos, assim como também os serviços logísticos correspondentes. "Por isso, a Santos Brasil Logística investe constantemente em melhorias relacionadas à qualidade, armazenamento, movimentação de produtos e mão de obra qualificada. Dentre as melhorias realizadas, a principal foi a implantação de WMS, em 2009. Este sistema permite o gerenciamento de uma parte importante da cadeia de suprimentos, o que minimiza o risco de erros, otimiza espaço para armazenagem e garante melhoria da produtividade."
O diretor da Santos Brasil também informa que, além da infraestrutura operacional, o setor também demanda um forte controle de datas de validade, conhecidos como "expire control", em que é necessária a implementação de um WMS com as regras de FEFO (First Expire First Out), em que os produtos são atendidos respeitando a data de validade das fabricações de seus lotes.
No caso da Target Logistics (Fone: 11 2142.9000), segundo comenta José Carlos D’Agostini, diretor de logística, as melhorias envolveram segregação de áreas exclusivas para este segmento de produtos, treinamentos frequentes das equipes administrativas e, principalmente operacionais, adequação com limpeza constante dos veículos de transportes e áreas de armazenagens.
No caso da Transmagna Transportes (Fone: 47 3373.9300) – conforme conta Marco Cruz, gerente nacional de vendas, – as melhorias incluem baixas via wap, frota dedicada por embarcador, certificação Anvisa e fracionamento da frota em veículos expressos através de novas aquisições destes tipos de unidades.
Por último, Guto Dalçoquio, presidente da Dalçoquio (Fone: 47 3341.3100), salienta que a empresa tem investido continuamente em tecnologia e em treinamento de pessoas para cada vez mais melhorar o atendimento a todos os clientes. "Atuamos com as tecnologias WMS e TMS nas operações logísticas. Acreditamos que devemos alinhar o avanço tecnológico com pessoas motivadas e treinadas em suas funções", informa.
Diferenciais
Como se pode notar pelas respostas, são vários os diferenciais existentes na logística dos alimentos e das bebidas. Vamos citar alguns: "rastreabilidade de entregas com tratamentos específicos para key accounts", relaciona Campos Junior, da AGV Logística; logística necessita de know-how e estrutura adequada, principalmente com relação aos pontos de entrega, segundo Panzan, da Expresso Jundiaí; principalmente na higiene e manuseio dos alimentos, informa Ennis, da Hipercon; maior cuidado com o seguro da carga que envolve as bebidas, além da fragilidade das embalagens que, caso avariem, causam danos ao restante dos produtos a sua volta, por ser carga líquida embalada, conforme Cruz, da Transmagna.
A lista de Rodrigues, da Binotto, é maior: entrega 100% em D+1, ou seja, venda no dia anterior ao da entrega; número de entregas/dia superior a 30 por veículo; cliente final diversificado, desde pequenos "botequins" até grandes redes atacadistas; produtos visados e, por este motivo, as cargas são na sua maioria das vezes rastreadas; veículos específicos para trânsito local, dentro de grandes cidades (VUC´s, ¾, tocos e trucks).
Damasceno, da Krüger, também faz uma lista dos diferenciais: maior controle dos sistemas de qualidade no processo, tais como manuseio, rastreabilidade, controle de qualidade e limpeza; necessidade de agilidade no atendimento/entregas, evitando desabastecimento do ponto de venda; atuação/dinamismo dos setores de atendimento a clientes, exigindo maior envolvimento dos transportadores; segmentação dos canais de entrega (por exemplo: lojas de varejo/Centros de Distribuição/conveniências), possibilitando nível de serviço adequado e margens de rentabilidade; concentração (faseamento) das vendas durante determinados períodos do mês e/ou ano; e baixo valor agregado dos produtos, exigindo maior atenção aos custos logísticos.
Os diferenciais são todos os referentes à legislação específica (higiene do local destinado à armazenagem, controle de temperatura do ambiente, controle de pragas, atendimento ao FIFO, controle de datas de validade dos produto), na opinião de Tigevisk, da Brasilmaxi.
"Acreditamos que o principal diferencial seja que o alimento, muitas vezes, tem um vencimento muito mais curto que outros produtos. Em produtos como carnes resfriadas e leite, atrasos, perdas de temperatura ou contaminação podem mexer com a vida das pessoas, isto é uma responsabilidade muito grande", pondera Rui, da Cootravale.
Bacelar, da ID Logistics, considera que alguns métodos devem ser introduzidos para se ter um diferencial que aperfeiçoe a logística em alimentos e bebidas. Trabalhar com os fluxos logísticos com propósito de obter sinergia, rastrear os produtos em todo o processo logístico e ter uma busca contínua na redução de custos é essencial, segundo ele. Além disso, é necessário ter uma alta capacidade de reação para demandas que não foram planejadas, sempre inovar nos processos logísticos e, claro, sempre prezar pela saúde, segurança, higiene e limpeza.
"No caso dos alimentos, é preciso manter um rigoroso controle logístico em todas as fases do processo, pois, afinal, os produtos devem ser protegidos de qualquer tipo de contaminação ou avaria em sua embalagem, bem como é preciso máxima atenção quanto ao ‘shelf life’", completa Ferreira, do Rápido 900.
Para Carla, da Santa Rita Logistic, é preciso cuidado no condicionamento da armazenagem e no modo operante de picking e preparo das mercadorias a serem entregues aos clientes finais. Os veículos a serem utilizados devem estar em conformidade com as legislações vigentes para o seu transporte, tendo todo o cuidado no condicionamento interno.
Os principais diferenciais para a logística de alimentos e bebidas estão na estrutura de atendimento, que deve monitorar a logística em tempo real, amparada por um sistema de informação confiável. Outro diferencial é a necessidade de oferecer capacidade operacional flexível para atender às demandas sensíveis a "picos" e sazonais, mediante a rápida alocação de recursos (equipamentos e mão de obra).
"Além disso – continua Dias, da Santos Brasil, – a logística diferenciada deverá garantir o abastecimento em pontos de venda, seja para pedidos planejados com antecedência ou para campanhas, promoções, lançamentos, etc. que necessitam de maior flexibilidade.
A lista de D’Agostini, da Target Logistics, inclui: tratamento diferenciado em seus segmentos, com higienização dos veículos, transporte em veículos com monitoramento de temperatura, manuseio específico por pessoal operacional credenciado através de treinamentos, cuidados especiais no carregamento e na descarga, principalmente, com a preocupação de cargas compatíveis.
"Alimentos e bebidas, geralmente, possuem embalagens frágeis e, muitos deles, são perecíveis. Portanto, neste setor, é fundamental o correto manuseio da mercadoria e o armazenamento em condições adequadas. Para isto, torna-se um diferencial ter uma equipe de logística treinada, concentrada na movimentação segura da carga", finaliza Santos, da TGA Logística.
Garantia de segurança alimentar de hortifrutis passa pelo rastreamento
Rastrear e identificar a procedência de hortifrutis é a melhor maneira de identificar a presença alterada de agrotóxicos e a segurança alimentar dos consumidores. A conclusão é de especialistas do varejo que discutiram o assunto em debate sobre os problemas operacionais que afligem os supermercadistas, como parte da programação do 26º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, realizado pela APAS – Associação Paulista de Supermercados no período de 10 a 13 de maio último, em São Paulo, SP.
O supermercado é co-responsável por tudo que comercializa, já que o consumidor, na maioria das vezes, não tem condições de identificar a quantidade de agrotóxico presente nos alimentos. "Já existem países que fazem o rastreamento, mas é um processo difícil de ser realizado", disse Roberto Longo, vice-presidente de Assuntos Jurídicos da APAS.
São vários os problemas nas operações in-house
Quando falamos de logística in-house no Brasil, mais especificamente no setor de bebidas e alimentos, nos deparamos com problemas crônicos, como o espaço físico limitado para operação dentro do CD dos clientes, falta de flexibilidade operacional, sistêmica ou comercial, prática de custos baixos que dificilmente remuneram a operação de forma geral e, em alguns casos, dificuldades para gerenciar as operações à distância por parte do OL.
Segundo Felippi Perez, gerente de Projetos & Negócios da Keepers Logística (Fone: 11 4151.9030), esses problemas são gerados normalmente por SLAs (Service Level Agreement, ou Acordo de Nível de Serviço) mal elaborados que não contemplam corretamente o escopo de operação como deveriam, por restrições a informações determinantes e valiosas ao OL para que o mesmo possa planejar e executar as operações com elevado nível de serviços e, principalmente, por existir nesse mercado uma ideia que a terceirização da logística ou de parte dela seja simplesmente um ato de "passar um problema que a empresa não quer ter para um terceiro", quando na verdade o pensamento deveria basear-se em como utilizar um OL a fim de adquirir know-how e conquistar vantagens competitivas no mercado.
"Todas as vezes que a Keepers é chamada a participar de um projeto de in-house para o segmento de bebidas e alimentos consideramos que um novo projeto se inicia e será acompanhado por um gerente comercial e um gerente de operações, a fim de restringir possíveis problemas futuros. As informações são solicitadas e adquiridas de forma simples e coerente – caso o parceiro se negue a disponibilizar o mínimo de informações necessárias, nós automaticamente declinamos do projeto. Quando as informações atendem às expectativas, acontece uma visita técnica em prol do conhecimento prático da operação a ser realizada, logo após um projeto operacional é concebido juntamente com uma proposta técnica comercial, só assim começaremos a realizar qualquer tipo de operação", diz Perez. Logicamente – continua ele –, uma ou outra variável pode aparecer ao longo da parceria, como a introdução de um novo produto ao portfólio da empresa, algum tipo de restrição ou modificação em busca de melhorias, mas todas são estudadas, avaliadas e somente posteriormente implantadas.
Sobre o que consideram para que estas operações sejam bem executadas, o gerente de Projetos & Negócios diz que os pontos fundamentais são conhecer completamente a operação, o cliente e o escopo de atividades, para que não ocorra duvidas ou interpretações errôneas. "Lógico que o operador precisa conhecer o mercado e ter know-how para desenvolver as atividades", completa.
Quando se consulta as tabelas a seguir, destacando as transportadoras e os Operadores Logísticos que atuam na área de Alimentos & Bebidas, pode-se inferir que, pela quantidade de empresas, não são necessárias atribuições especiais – em termos de equipamentos, instalações e operações.
Ledo engano. Acompanhe a seguir o que algumas empresas que atuam no setor têm a dizer sobre as melhorias que foram obrigadas a fazer nas suas instalações e operações logísticas para atender a estes segmentos.
Mariana Werneck, diretora da AGM Logística (Fone: 21 3043.0523), diz que, a partir de julho de 2008, a unidade Pavuna desenvolveu uma área climatizada (18º) especialmente para o armazenamento de vinhos e alimentos perecíveis, passando a atender clientes como Reloco, Vitis Vinifera, Vino e SimpTrade.
"Também fizemos adequações de áreas multitemperatura e criamos sistemas de informação integrados, além de promover melhoria contínua nos processos operacionais e acompanhamento de sistemática de gestão que garante o tratamento adequado das não-conformidades", relata Jalaertem de Souza Campos Junior, diretor de Unidade de Negócios de Bens de Consumo e Varejo da AGV Logística (Fone: 19 3876.9000).
Já Márcio Luiz Neves Rodrigues, coordenador de distribuição da Transportadora Binotto (Fone: 49 3221.1852), diz que a empresa teve de se adaptar à agilidade que esse mercado exige, tanto em inovações de equipamentos, como capacitação, recrutamento e seleção de pessoal. Paulo Tigevisk, gerente de marketing e vendas da Brasilmaxi Logística (Fone: 11 2889.6100), revela que os principais investimentos feitos pela empresa para atender a estes segmentos foram: troca dos sistemas de gestão logística (WMS e TMS), outras melhorias em TI (aquisição de servidores e ampliação de links), treinamento de funcionários, certificações específicas e aquisição de equipamentos (empilhadeiras e paleteiras).
No caso da Cooperativa dos Transportadores do Vale – Cootravale (Fone: 47 3404.7000), o principal investimento tem sido na frota, "já que precisamos, principalmente no transporte de resfriados e congelados, de equipamentos de refrigeração sempre novos e com uma manutenção em dia. Além disso, o monitoramento da temperatura em tempo real era uma tendência que já está se tornando exigência de todos os clientes. No Brasil o capital humano ainda é difícil de se conseguir, e a Cootravale tem investido pesado na conscientização do motorista em torno da perecibilidade da carga e dos cuidados especiais que temos de tomar", diz o presidente da Cooperativa, Vilmar José Rui.
Alessandro Panzan, executivo de logística da Expresso Jundiaí Logística e Transporte (Fone: 11 2152.6000), relaciona os investimentos da sua empresa: em tracking on-line dos pedidos, instalação de WMS para gestão de estoques, desenvolvimento de KPI´s específicos para o segmento e adequação de infraestrutura operacional, enquanto que Eduardo Francisco Ennis, diretor da Hipercon Terminais de Cargas (Fone: 13 3228.4100), diz que, para atuar nestes segmentos, foi construído um Centro de Distribuição.
A Log Frio Logística (Fone: 11 2175.7100) também está investindo – são R$ 12.000.000,00 – em um novo centro de distribuição para alimentos perecíveis.
E também, conforme conta Oscar Cesar Bevilacqua, gerente geral da empresa, na renovação de parte da frota própria de 106 caminhões (troca de 40 veículos) – um investimento de aproximadamente R$ 2.000.000,00 –, além de aplicar R$ 300.000,00 em TI.
"Também estamos fazendo aquisições, construções e ampliações de CDs, além de investimentos em equipamentos de última geração para armazenagem, softwares, empilhadeiras etc. e no aumento da frota para entregas/distribuição", conta André Ferreira, diretor de novos negócios e marketing do Rápido 900 de Transportes Rodoviários (Fone: 2632.0900), mostrando decisões parecidas com as da Log Frio.
"Basicamente, intensificamos as nossas operações de armazenagem e distribuição no Brasil, a partir da ampliação e paletização do nosso CD de 10.000 m2, situado no km 18 da rodovia Anhanguera (Osasco, SP). Também estamos em fase de pré-implantação da certificação ISO e de criação de uma política de responsabilidade social", conta Nilson Santos, diretor de operações para Brasil e Mercosul da TGA Logística (Fone: 11 3464.8181).
Na Transportadora Lagoinha – Translag (Fone: 62 3545.6333), além da ampliação de CDs, as melhorias também incluíram investimento em frota com capacidade maior de carga, novas tecnologias, implantação da SASSMAQ – Sistema de Avaliação em Segurança, Saúde, Meio Ambiente e Qualidade e ISO 9001, investimento em portapaletes e amplo local para armazenagem sazonal de cargas. Quem informa é Rodrigo Ivo Pereira Duarte, gerente comercial GO/DF da empresa.
Ao longo dos últimos anos, a ID Logistics (Fone: 11 3809.3400) vem implementando e desenvolvendo diversas soluções nas operações logísticas que envolvem alimentos e bebidas, como, por exemplo, na utilização de ferramentas de gestão de Supply Chain via web, Kanban eletrônico, coletores de dados e voice picking.
"Na estrutura logística para armazenagem – diz Rodrigo Bacelar, gerente de desenvolvimento comercial e marketing da empresa – ampliamos a utilização de flow racks e drive-in, o que resultou em uma melhora nos espaços de armazenagem em nossos centros de distribuição. Para melhorar o armazenamento dos produtos, destacamos a associação cada vez mais dinâmica entre o produto e suas características com a estrutura de armazenagem adequada, como os já citados flow racks e drive-in, e também drive THIV, portapaletes e estanterias, tendo como principal resultado o aumento da capacidade de armazenagem e ganho de produtividade."
Já no caso da Krüger Conventos (Fone: 51 3021.2500), como conta Celso Damasceno, diretor comercial da empresa, foram várias as melhorias realizadas: redefinição da malha de distribuição, proporcionando maior frequência de entrega; desenvolvimento de frota e acessórios customizados para o atendimento (por exemplo, divisórias removíveis para consolidação de cargas climatizadas/secas); instalação de equipamentos de rastreamento na frota própria/agregada; estrutura de BackOffice para serviços de agendamento de entregas/intermediação com Cal Center dos embarcadores; implementação de Kpi´s alinhados com a necessidade de avaliação dos níveis de serviços pelos clientes; desenvolvimento/disponibilização de site para os embarcadores monitorarem o status de suas cargas; adaptação do sistema de rastreamento dos veículos para atualização on-line do status da entrega (por exemplo, confirmação de entrega/registro de ocorrências); implementação de EDI com todos os grandes embarcadores; desenvolvimento/implementação de WMS.
"Quando se trata do setor alimentício, a empresa deve estar sempre se aperfeiçoando e fazendo um trabalho preventivo com relação às mercadorias que irá receber. As melhorias variam conforme a exigência do produto, cada alimento tem suas próprias características e exigências e nós temos que seguir a risca para que o mesmo chegue ao consumidor final em perfeito estado. É necessário ter uma pessoa da qualidade de cada produto no local para acompanhar todo o percurso da mercadoria."
A análise é de Carla Jorge Butori, gerente de marketing da Santa Rita Logistic (Fone: 11 4141.7000). Neste sentido, ela ressalta que as melhorias devem ser feitas como ações preventivas, estando relacionadas à limpeza do local, temperatura, inspeções na descarga e muito cuidado na manipulação dos mesmos. "Para ter um serviço de qualidade é preciso, antes de qualquer coisa, ter um ambiente sempre limpo e higienizado. A temperatura deve estar sempre dentro dos parâmetros exigidos pelo produto, é necessário ter um local arejado e bem iluminado. A maior preocupação é com o prazo de validade do produto, temos que ter muito cuidado com relação a vencimentos. O alimento deve estar no gerenciamento FIFO. Os relatórios analíticos devem ser emitidos diariamente para controle de estoque e validade dos mesmos. É necessário ter um bom parceiro no controle de pragas e fazer um trabalho altamente preventivo em relação a esse aspecto, além de fazer uma inspeção na carga e descarga de cada mercadoria. Os funcionários devem ser treinados na manipulação das mercadorias, conforme instruções do cliente, cada produto tem a sua singularidade. Para estar apta é necessário seguir as normas e exigências da Anvisa – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e SIVISA – Centro de Vigilância Sanitária e ter todas as aprovações dos órgãos competentes", completa Carla.
Quem também faz uma análise detalhada destes dois setores é Ângelo Dias, diretor de logística da Santos Brasil Logística (Fone: 11 4393.4900). Segundo ele, para atender ao segmento de alimentos e bebidas são necessárias diversas ações para garantir a preservação de armazenagem dos produtos, assim como também os serviços logísticos correspondentes. "Por isso, a Santos Brasil Logística investe constantemente em melhorias relacionadas à qualidade, armazenamento, movimentação de produtos e mão de obra qualificada. Dentre as melhorias realizadas, a principal foi a implantação de WMS, em 2009. Este sistema permite o gerenciamento de uma parte importante da cadeia de suprimentos, o que minimiza o risco de erros, otimiza espaço para armazenagem e garante melhoria da produtividade."
O diretor da Santos Brasil também informa que, além da infraestrutura operacional, o setor também demanda um forte controle de datas de validade, conhecidos como "expire control", em que é necessária a implementação de um WMS com as regras de FEFO (First Expire First Out), em que os produtos são atendidos respeitando a data de validade das fabricações de seus lotes.
No caso da Target Logistics (Fone: 11 2142.9000), segundo comenta José Carlos D’Agostini, diretor de logística, as melhorias envolveram segregação de áreas exclusivas para este segmento de produtos, treinamentos frequentes das equipes administrativas e, principalmente operacionais, adequação com limpeza constante dos veículos de transportes e áreas de armazenagens.
No caso da Transmagna Transportes (Fone: 47 3373.9300) – conforme conta Marco Cruz, gerente nacional de vendas, – as melhorias incluem baixas via wap, frota dedicada por embarcador, certificação Anvisa e fracionamento da frota em veículos expressos através de novas aquisições destes tipos de unidades.
Por último, Guto Dalçoquio, presidente da Dalçoquio (Fone: 47 3341.3100), salienta que a empresa tem investido continuamente em tecnologia e em treinamento de pessoas para cada vez mais melhorar o atendimento a todos os clientes. "Atuamos com as tecnologias WMS e TMS nas operações logísticas. Acreditamos que devemos alinhar o avanço tecnológico com pessoas motivadas e treinadas em suas funções", informa.
Diferenciais
Como se pode notar pelas respostas, são vários os diferenciais existentes na logística dos alimentos e das bebidas. Vamos citar alguns: "rastreabilidade de entregas com tratamentos específicos para key accounts", relaciona Campos Junior, da AGV Logística; logística necessita de know-how e estrutura adequada, principalmente com relação aos pontos de entrega, segundo Panzan, da Expresso Jundiaí; principalmente na higiene e manuseio dos alimentos, informa Ennis, da Hipercon; maior cuidado com o seguro da carga que envolve as bebidas, além da fragilidade das embalagens que, caso avariem, causam danos ao restante dos produtos a sua volta, por ser carga líquida embalada, conforme Cruz, da Transmagna.
A lista de Rodrigues, da Binotto, é maior: entrega 100% em D+1, ou seja, venda no dia anterior ao da entrega; número de entregas/dia superior a 30 por veículo; cliente final diversificado, desde pequenos "botequins" até grandes redes atacadistas; produtos visados e, por este motivo, as cargas são na sua maioria das vezes rastreadas; veículos específicos para trânsito local, dentro de grandes cidades (VUC´s, ¾, tocos e trucks).
Damasceno, da Krüger, também faz uma lista dos diferenciais: maior controle dos sistemas de qualidade no processo, tais como manuseio, rastreabilidade, controle de qualidade e limpeza; necessidade de agilidade no atendimento/entregas, evitando desabastecimento do ponto de venda; atuação/dinamismo dos setores de atendimento a clientes, exigindo maior envolvimento dos transportadores; segmentação dos canais de entrega (por exemplo: lojas de varejo/Centros de Distribuição/conveniências), possibilitando nível de serviço adequado e margens de rentabilidade; concentração (faseamento) das vendas durante determinados períodos do mês e/ou ano; e baixo valor agregado dos produtos, exigindo maior atenção aos custos logísticos.
Os diferenciais são todos os referentes à legislação específica (higiene do local destinado à armazenagem, controle de temperatura do ambiente, controle de pragas, atendimento ao FIFO, controle de datas de validade dos produto), na opinião de Tigevisk, da Brasilmaxi.
"Acreditamos que o principal diferencial seja que o alimento, muitas vezes, tem um vencimento muito mais curto que outros produtos. Em produtos como carnes resfriadas e leite, atrasos, perdas de temperatura ou contaminação podem mexer com a vida das pessoas, isto é uma responsabilidade muito grande", pondera Rui, da Cootravale.
Bacelar, da ID Logistics, considera que alguns métodos devem ser introduzidos para se ter um diferencial que aperfeiçoe a logística em alimentos e bebidas. Trabalhar com os fluxos logísticos com propósito de obter sinergia, rastrear os produtos em todo o processo logístico e ter uma busca contínua na redução de custos é essencial, segundo ele. Além disso, é necessário ter uma alta capacidade de reação para demandas que não foram planejadas, sempre inovar nos processos logísticos e, claro, sempre prezar pela saúde, segurança, higiene e limpeza.
"No caso dos alimentos, é preciso manter um rigoroso controle logístico em todas as fases do processo, pois, afinal, os produtos devem ser protegidos de qualquer tipo de contaminação ou avaria em sua embalagem, bem como é preciso máxima atenção quanto ao ‘shelf life’", completa Ferreira, do Rápido 900.
Para Carla, da Santa Rita Logistic, é preciso cuidado no condicionamento da armazenagem e no modo operante de picking e preparo das mercadorias a serem entregues aos clientes finais. Os veículos a serem utilizados devem estar em conformidade com as legislações vigentes para o seu transporte, tendo todo o cuidado no condicionamento interno.
Os principais diferenciais para a logística de alimentos e bebidas estão na estrutura de atendimento, que deve monitorar a logística em tempo real, amparada por um sistema de informação confiável. Outro diferencial é a necessidade de oferecer capacidade operacional flexível para atender às demandas sensíveis a "picos" e sazonais, mediante a rápida alocação de recursos (equipamentos e mão de obra).
"Além disso – continua Dias, da Santos Brasil, – a logística diferenciada deverá garantir o abastecimento em pontos de venda, seja para pedidos planejados com antecedência ou para campanhas, promoções, lançamentos, etc. que necessitam de maior flexibilidade.
A lista de D’Agostini, da Target Logistics, inclui: tratamento diferenciado em seus segmentos, com higienização dos veículos, transporte em veículos com monitoramento de temperatura, manuseio específico por pessoal operacional credenciado através de treinamentos, cuidados especiais no carregamento e na descarga, principalmente, com a preocupação de cargas compatíveis.
"Alimentos e bebidas, geralmente, possuem embalagens frágeis e, muitos deles, são perecíveis. Portanto, neste setor, é fundamental o correto manuseio da mercadoria e o armazenamento em condições adequadas. Para isto, torna-se um diferencial ter uma equipe de logística treinada, concentrada na movimentação segura da carga", finaliza Santos, da TGA Logística.
Garantia de segurança alimentar de hortifrutis passa pelo rastreamento
Rastrear e identificar a procedência de hortifrutis é a melhor maneira de identificar a presença alterada de agrotóxicos e a segurança alimentar dos consumidores. A conclusão é de especialistas do varejo que discutiram o assunto em debate sobre os problemas operacionais que afligem os supermercadistas, como parte da programação do 26º Congresso de Gestão e Feira Internacional de Negócios em Supermercados, realizado pela APAS – Associação Paulista de Supermercados no período de 10 a 13 de maio último, em São Paulo, SP.
O supermercado é co-responsável por tudo que comercializa, já que o consumidor, na maioria das vezes, não tem condições de identificar a quantidade de agrotóxico presente nos alimentos. "Já existem países que fazem o rastreamento, mas é um processo difícil de ser realizado", disse Roberto Longo, vice-presidente de Assuntos Jurídicos da APAS.
São vários os problemas nas operações in-house
Quando falamos de logística in-house no Brasil, mais especificamente no setor de bebidas e alimentos, nos deparamos com problemas crônicos, como o espaço físico limitado para operação dentro do CD dos clientes, falta de flexibilidade operacional, sistêmica ou comercial, prática de custos baixos que dificilmente remuneram a operação de forma geral e, em alguns casos, dificuldades para gerenciar as operações à distância por parte do OL.
Segundo Felippi Perez, gerente de Projetos & Negócios da Keepers Logística (Fone: 11 4151.9030), esses problemas são gerados normalmente por SLAs (Service Level Agreement, ou Acordo de Nível de Serviço) mal elaborados que não contemplam corretamente o escopo de operação como deveriam, por restrições a informações determinantes e valiosas ao OL para que o mesmo possa planejar e executar as operações com elevado nível de serviços e, principalmente, por existir nesse mercado uma ideia que a terceirização da logística ou de parte dela seja simplesmente um ato de "passar um problema que a empresa não quer ter para um terceiro", quando na verdade o pensamento deveria basear-se em como utilizar um OL a fim de adquirir know-how e conquistar vantagens competitivas no mercado.
"Todas as vezes que a Keepers é chamada a participar de um projeto de in-house para o segmento de bebidas e alimentos consideramos que um novo projeto se inicia e será acompanhado por um gerente comercial e um gerente de operações, a fim de restringir possíveis problemas futuros. As informações são solicitadas e adquiridas de forma simples e coerente – caso o parceiro se negue a disponibilizar o mínimo de informações necessárias, nós automaticamente declinamos do projeto. Quando as informações atendem às expectativas, acontece uma visita técnica em prol do conhecimento prático da operação a ser realizada, logo após um projeto operacional é concebido juntamente com uma proposta técnica comercial, só assim começaremos a realizar qualquer tipo de operação", diz Perez. Logicamente – continua ele –, uma ou outra variável pode aparecer ao longo da parceria, como a introdução de um novo produto ao portfólio da empresa, algum tipo de restrição ou modificação em busca de melhorias, mas todas são estudadas, avaliadas e somente posteriormente implantadas.
Sobre o que consideram para que estas operações sejam bem executadas, o gerente de Projetos & Negócios diz que os pontos fundamentais são conhecer completamente a operação, o cliente e o escopo de atividades, para que não ocorra duvidas ou interpretações errôneas. "Lógico que o operador precisa conhecer o mercado e ter know-how para desenvolver as atividades", completa.
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